domingo, 29 de junho de 2008

As coisas não se fazem novas, somente ganham sentido... Sempre!

Benditos Temas Transversais que salvaram nossas crianças e adolescentes da ignorância de um mundo sem sentido.
O sistema educacional, de nossa sociedade pode educar, mas não estava fazendo isso eficazmente, pois lhe faltava ferramentas adequadas. As disciplinas tradicionais, que trazem o conhecimento humano acumulado há tempos não podem ser deixadas de lado, mas devem ser contextualizado significativamente à realidade de cada aluno, permitindo-lhe repensar suas ações e sua atuação em sua realidade, possibilitando-o o pensar criticamente e criativamente.

Por falar nisso, crítica e criatividade são entidades que foram abandonadas pelas escolas, que se especializaram em formar pessoas cada vez menos intuitivas e desconfiadas de si. A escola criou regras, métodos e sistemas e amou-os tanto que fechou seus ouvidos e tapou seus olhos para o objeto de sua afeição: os alunos.
Hoje, a escola começa a voltar os olhos aos alunos e enamorar-se novamente pela construção do saber e pela beleza da interação entre o ser humano e o mundo.

Refletindo sobre tudo isso e principalmente sobre os temas transversais, que segundo o Ministério da Educação (MEC), “são temas que estão voltados para a compreensão e para a construção da realidade social e dos direitos e responsabilidades relacionados com a vida pessoal e coletiva e com a afirmação do princípio da participação política.” pude compor o seguinte texto sobre a consciência de preservação do ser humano:

Preservar o meio ambiente é uma causa que encontra poucos obstáculos para ser defendida e abraçada, seja por empresas, por campanhas escolares, por ONGs, ou até mesmo como “slogan” pessoal de cidadãos comprometidos com o presente e interessando no futuro. Verdadeiramente este é um tema de interessa global.
Não há necessidade de discorrer sobre a importância de preservação do meio ambiente tanto para os humanos tanto para que continue existindo o planeta. Em qualquer turma de primeira série do ensino fundamental podemos encontrar entre as crianças algumas que possam nos dizer mais de um motivo para preservar o meio ambiente. São motivos lógicos e claros.
Contudo, porque ainda há tanta necessidade de conscientização de algo tão real e gritante da humanidade e do planeta? Por que falta ao homem essa consciência de preservação? Gastasse tanto com investimento e propaganda para aquilo que devia fluir naturalmente na ação humana, como flui na natureza que se recria e se conserva.
Estas respostas repousam nos desejos da alma humana que sempre esta em busca de um desejo, ainda que este desejo seja a auto depredação e destruição de seu ambiente.
Aprender a ser, ainda é um desafio.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Homenagem aos meus mestres

Escolhi colocar uma foto de minha professora Bia, pois ela transmite as qualidade e desafios que meus professores e mestres de Pedagogia comunicam. Faço minhas as palavras de Rubem Alves ao homenagear estas pessoas brilhantes que tanto enriquerceram minha caminhada. Para: Ana Carolina, Ana Maria, Simone e Cleyciene, Beatriz, Edmundo, Gilca, Icléia, Bárbara, Sertório, Cláudia Guerra, Lêda e Sônia
"O estudo da gramática não faz poetas. O estudo da harmonia não faz compositores. O estudo da psicologia não faz pessoas equilibradas. O estudo das "ciências da educação" não faz educadores. Educadores não podem ser produzidos. Educadores nascem. O que se pode fazer é ajudá-los a nascer. Para isso eu falo e escrevo: para que eles tenham coragem de nascer. Quero educar os educadores. E isso me dá grande prazer porque não existe coisa mais importante que educar. Pela educação o indivíduo se torna mais apto para viver: aprende a pensar e a resolver os problemas práticos da vida. Pela educação ele se torna mais sensível e mais rico interiormente, o que faz dele uma pessoa mais bonita, mais feliz e mais capaz de conviver com os outros. A maioria dos problemas da sociedade se resolveria se os indivíduos tivessem aprendido a pensar." (Rúbem Alves)

(Re)MEMORAR ... sempre!

Fotos com certeza são entidades muito estranhas... carregam lembranças, sentimentos, que na verdade não estão na foto em si .. estão em nós.


"Carpe Diem quer dizer colha o dia. Colha o dia como se fosse um fruto maduro que amanhã estará podre. A vida não pode ser economizada para amanhã. Acontece sempre no presente."
Rubem Alves

... "O que a memória amou fica eterno", disse a Adélia Prado.




"Tempus Fugit" quer dizer "o tempo foge". A vida é breve.

Quem faz parte da "Nova familia?"

Durante todo o sementre muitas das calorosas discussões em sala de aula foram sobre o tema FAMÍLIA. O que é a familia hoje? O que ela representa? O que ela ja representou? O mais interessante foi pensarmos se ainda existe um modelo familiar.
O ser humano é relacional por natureza, não há como negar-lhe esse impulso existencial acho que por isso a razão levou-nos às engenhosa "àrvores genealogicas".
A árvore genealógica nos remete a segurança de uma origem, ai estamos protegidos do famoso dito popular “nascido no oco do pau”.

Desde idos tempos esta tem sido uma necessidade natural do ser humano: sentir-se pertencente, sentir-se protegido e seguro. Na sociedade hebraica primitiva (e ainda hoje) esta concepção estava tão arraigada na sociedade que o nome da família trazia consigo a certeza do seu propósito no mundo e de sua função dentro da família, assim a pessoa pelo simples fato de pronunciar seu nome ou o nome de sua família logo se sentia seguramente certo de sua identidade e sua razão de existir. As grandes angústias existenciais de um tempo individualista como o nosso não apresentava grande relevância para um judeu dos tempos antigos. E reflito a respeito dos judeus pois, justamente dai vem minhas origens. O sobrenome “Duarte” veio para o continente americano e mais especificamente para o Brasil juntamente com as famílias judias e judeus crstãos. Penso que eles nunca imaginariam que um dia o grande peso do nome de uma família estaria tão banalisado e não garantiria mais um significado existencial como o era em seus dias.
Eu não teria dificuldade nenhuma em reviver esta ideologia de valores enraizados no nome. Para mim seria importante. Em um tempo como o nosso em que a maioria dos sites de relacionamento te “expremem” com a grande pergunta retórica pós moderna “quem eu sou”, esse conhecimento existencial presente no simples pronunciar do nome me livraria das angústias de ter que responder publicamente sobre um conceito um tanto metafísico (pra mim) e quem sabe poderia até me livrarar dos relaconamentos “virtuais”.
Quando a identidade estava no nome, ela era uma entidade real e concreta, ela era um “logos ” (para os gregos a palavra – “logos” – é uma entidade que tem existencia por si só. Para o Hebreu aquilo que tem represenação - como a palavra - é real e não metafisico.)
Que as coisas mudaram desde o tempo dos meus antepassados judeus, isto esta claro. Mas algumas coisas ainda guardamos e continuamos ansiando, pois nossa natureza humana continua humana e tem necessidades que nem mesmo o tempo pode mudar. Por exemplo, o nome da minha familia não me da mais garantias de um propósito existencial mas o fato de eu pertencer a uma familia e conhecer suas características serve para me definir enquanto um indivíduo do todo mas também particular, assim eu me defino pela outro e adquiro segurança a medida em que as características da minha família me remetem estabilidade (ainda que tenha boas e más caracteristicas).

terça-feira, 17 de junho de 2008

O que se diz na sala de aula...

Sintese das discussões em sala das disciplinas: Estudos Independentes II, Gestão Educacional, Lingua Portuguesa I, Midias Comunicações e Tecnologias, Educação Familia e Sociedade e Informatica Educativa

O termo pós-humano tem ganhado espaço nos meios intelectuais e acadêmicos nos últimos tempos, ele parece vir substituir, de certo modo, o já desgastado termo pós-moderno e passou a tornar-se uma constante nos cadernos de cultura, nas discussões filosóficas e sócio-culturais ditas de ponta. O que vira a ser o pós-humanismo? Qual será o papel da célula familiar neste terreno? Bom, se ate aqui em nosso pacato pós-modernismo já vivenciamos a era do desacreditar que tem gerado tanta ansiedade e angústia, uma era onde os papéis sociais se confundem e por vezes se mesclam, o que esperar do pós-humanismo?

Não foi fácil para a modernidade encarar as mulheres-mães indo as empresas e fábricas, galgando cargos cada vez mais altos numa luta por igualdade de salários e de voz com os homens-pais que por sua vez voltavam pra casa pra cuidar dos filhos e dos afazeres “do lar”, isso foi revolução e também confusão. A sociedade perdeu os contornos e até a educação sofreu, pois passou a ser papel de ninguém, nem do lar, nem da escola. O resultado foi uma geração egocêntrica e solitária. Esta geração ainda buscando seus contornos entrou para o pós-modernismo e não conseguiram desvencilhar-se por completo do modelo familiar, talvez porque se tornaram idealistas, aquele tipo de pessoa que introjetou o seio mal (por essas e outras eu amo estudar Melanie Klein), e foram se conurbando (ou conturbando) “do jeito que dava” e as miscigerações apareceram. Por isso, nossa pacata pós-modernidade é a era do desacreditar.

O desafio deste tempo é aprender a conviver. A convivência em grupo é uma arte. Aprender a relacionar-se com suas forças e fraquezas dosadas sempre com muita boa vontade e bom senso é mostrar-se criativo a cada novo dia, pois não há fórmulas, contudo há princípios e valores que nos direcionam nessa caminhada como as tintas que são dadas ao artista ou as notas que estão disponíveis ao músico: os dois podem criar belas artes ou criar nada. E é exatamente ai que esta a capacidade de construir saberes significativos, de amadurecer, e quanto mais amadurecemos, mais percebemos que somos humanos. Mas há ainda outro lado desse crescimento: a tecnologia, os avanços da humanidade!
E é exatamente ai que repousa o conceito do neologismo pós-humano. O termo foi inventado pelo intelectual norte americano de ascendência egípcia Ihab Hassan em um ensaio publicado em 1977 na Georgia Review intitulado Prometeus as Performer: Toward a Posthumanist Culture, o autor acreditava que esse neologismo poderia ser usado como mais uma "imagem do recorrente ódio do homem por si mesmo". Mas não foi bem isto o que aconteceu (leia mais em: http://posthuman.tipos.com.br/arquivo/2007/02/19/sera-o-pos-humano. Os intelectuais ligados a tecnologia adotaram o termo como uma espécie de renovação do conceito Nietzchiano de Super-Homem, ou seja, a superação absoluta de todos os valores humanos em um pretenso estágio superior de humanidade. Isso implica na adoção de uma nova ética, baseada na crença de que o corpo-humano é um hardware em processo de obsolescência, portanto devemos buscar um novo hardware para "habitarmos", com melhor desempenho e durabilidade. O homem máquina, ou o homem robô será um marco da pós-humanização. Este homem já existe hoje, diga-se de passagem, ele não é nenhum protótipo, apesar de ter todas as características de um. Acho que este fator será o mais determinante na aceitação da era pós-humanizada, pois não haverá estranhamento entre homens e máquinas devido a esta familiarização. O homem robotizado de hoje é aquele que perdeu o contato social e se isolou, num mundo cibernético. Ele é totalmente “online”.

Eu não consigo compreender como será isso: uma era de seres humanos desumanizados. Deus me livre deste tempo, ou me ensine a perceber criatividade (humana) nessa novidade. Ser humano é ser comunicante, é estar marcado pelo corte que nos separou, em tamanho, do restante dos seres e das coisas do mundo; corte esse que se configura na capacidade de representação simbólica desse mesmo mundo, por intermédio da linguagem, exercitada e legitimada no âmbito da comunicação. E eis um desafio com o qual, desde o início do século, os estudiosos (sejam eles psicólogos, sociólogos, antropólogos, pedagogos, psicanalistas, cientistas políticos, filósofos, engenheiros, semioticistas, lingüistas, semiólogos ou comunicólogos) vêm lidando: a compreensão da intersubjetividade, do diálogo possível, da construção da identidade e dos laços sociais.

Enfim, por sermos humanos somos fadados a laços sociais, essa é minha opinião. E é exatamente ai que esta a ação do pedagogo, em humanizar contribuído pra o crescimento das pessoas seja nas transições ou transformações, sempre refletindo. Essa transcendência nos eleva de simples brutos a seres humanos.

Debatendo com interdisciplinaridade

O interdisciplinar é um artifício muito eficiente de interação das disciplinas aplicadas em um curso, contudo ainda pouco conhecido. Segundo Ivani Fazenda, a interdisciplinaridade
“surgiu na França e na Itália em meados da década de 60, num período marcado pelos movimentos estudantis que, dentre outras coisas, reivindicavam um ensino mais sintonizado com as grandes questões de ordem social, política e econômica da época. A interdisciplinaridade teria sido uma resposta a tal reivindicação, na medida em que os grandes problemas da época não poderiam ser resolvidos por uma única disciplina ou área do saber. No final da década de 60, a interdisciplinaridade chegou ao Brasil e logo exerceu influência na elaboração da Lei de Diretrizes e Bases Nº 5.692/71. Desde então, sua presença no cenário educacional brasileiro tem se intensificado e, recentemente, mais ainda, com a nova LDB Nº 9.394/96 e com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Além de sua forte influência na legislação e nas propostas curriculares, a interdisciplinaridade ganhou força nas escolas, principalmente no discurso e na prática de professores dos diversos níveis de ensino”. (CARLOS, Jairo Gonçalves. Interdisciplinaridade no Ensino Médio: desafios e potencialidades.)

Desta forma, podemos fazer ralações significativas entre as disciplinas e nenhuma fica alienada na ação pedagógica. Para engrenar toda essa interação há um tema central, que perpassa todos os demais. Neste semestre tivemos como eixo do interdisciplinar o livro de George Orwel: A Revolução dos Bichos (veja a postagem sobre o livro).
Com a leitura do livro e o estudo das disciplinas o que mais chamou atenção Foi o fato de como tornar-se sujeito ativo de transformação na ação profissional e principalmente no crescimento pessoal. A alegoria que o livro traz faz uma feroz crítica aos totalitarismos e as desigualdades reinantes tanto no sistema capitalista quanto no socialismo dos soviéticos, em sua época mais dura de grande fechamento e controle da sociedade pelos órgãos governamentais, durante o governo de Stalin. Critica também, o Estado que admite a incoerência de discursos contraditórios.
O livro trouxe uma excelente reflexão sobre a sociologia contemporânea e como podemos realmente transformar as questões sociais. Será a revolução armada defendida por Marx o melhor caminho nesse tempo pós moderno, ou devemos buscar novas alternativas e novos olhares sobre o aparato social? Qual será o melhor caminho a percorrer e que garanta real transformação? O que pude perceber é que as transformações serão reais a partir de uma radical revolução cultural onde cada cidadão é agente político e intelectual no processo de transformações sociais é capaz de extinguir em conjunto as desigualdades e discursos contraditórios. Gramsci, sociólogo de nossa época bem coloca essas idéias defendendo a revolução das idéias e a maturidade intelectual.

Transformar as idéias é um processo radical, nem todos querem comprometer-se com isso, preferem o aconchego do comodismo, pois crescer e conseqüentemente, amadurecer requer uma nova postura diante da vida, diante dos problemas, da prática profissional e da vida pessoal, requer responsabilidade! Quando nossas ações não são fruto de reflexão, deixamo-nos levar pelo senso comum e as conseqüências e resultados do que fazemos nem sempre tem haver com nossa identidade e por tanto não precisamos “assinar em baixo” do que fazemos, do que falamos. Não quero propor que o sistema se impõe sobre nós ou que as instituições são entidades sobre humanas, mas que é fácil reproduzir ideologias. Criar ideologia e identidade já não é assim tão fácil, mas é gratificante, pelo crescimento que proporciona pela perspectiva diferenciada de mundo e realidade, pela defesa de ideais com responsabilidade e significado. Essas mudanças não são fáceis, pois adquirir novos esquemas passa pelo desequilíbrio. Piaget quem postulou essa teoria da gênese do conhecimento. Assim, aquilo que é novidade pra nós antes de ser assimilado nas nossas relações mentais deixa-nos em um misto de desarmonia e expectativa, essa instabilidade é que nos faz retornar aos velhos paradigmas, ao conforto dos esquemas acomodados em nossa estrutura interna.

Para sermos Pedagogos(as) hoje devemos estar comprometidos com o crescimento pessoal e com o crescimento das pessoas pois ser pedagogo(a) é uma escolha consciente e uma opção de vida e não há como o ser sem maturidade e um grandes transformações.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Um livro que Vale a Pena


George Orwel Escreveu A Revolução dos Bichos durante a Segunda Gerra Mundial, e o livro só foi publicado, no finalzinho da Guerra, em 1945, após ser recusado por diversas editoras. Com o acirramento da Guerra Fria, o livro foi amplamento usado pelo ocidente, como propaganta anti-comunista, em forma de analogia ao stalinismo. Comparação, aliás, que faz todo o sentido, embora Orwel não tenha escrito a fábula apenas para essa finalidade.
Apesar dos tempos modernos de hoje, onde as novas formas de controle social deixam o totalitarismo clássico utrapassado, vale muito a pena ler o livro de Orwel, para entender a relação do homem com o poder.
Este livro foi o eixo do trabalho interdisciplinar que desenvolvi no segundo periodo da Faculdade.
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