terça-feira, 17 de junho de 2008

Debatendo com interdisciplinaridade

O interdisciplinar é um artifício muito eficiente de interação das disciplinas aplicadas em um curso, contudo ainda pouco conhecido. Segundo Ivani Fazenda, a interdisciplinaridade
“surgiu na França e na Itália em meados da década de 60, num período marcado pelos movimentos estudantis que, dentre outras coisas, reivindicavam um ensino mais sintonizado com as grandes questões de ordem social, política e econômica da época. A interdisciplinaridade teria sido uma resposta a tal reivindicação, na medida em que os grandes problemas da época não poderiam ser resolvidos por uma única disciplina ou área do saber. No final da década de 60, a interdisciplinaridade chegou ao Brasil e logo exerceu influência na elaboração da Lei de Diretrizes e Bases Nº 5.692/71. Desde então, sua presença no cenário educacional brasileiro tem se intensificado e, recentemente, mais ainda, com a nova LDB Nº 9.394/96 e com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). Além de sua forte influência na legislação e nas propostas curriculares, a interdisciplinaridade ganhou força nas escolas, principalmente no discurso e na prática de professores dos diversos níveis de ensino”. (CARLOS, Jairo Gonçalves. Interdisciplinaridade no Ensino Médio: desafios e potencialidades.)

Desta forma, podemos fazer ralações significativas entre as disciplinas e nenhuma fica alienada na ação pedagógica. Para engrenar toda essa interação há um tema central, que perpassa todos os demais. Neste semestre tivemos como eixo do interdisciplinar o livro de George Orwel: A Revolução dos Bichos (veja a postagem sobre o livro).
Com a leitura do livro e o estudo das disciplinas o que mais chamou atenção Foi o fato de como tornar-se sujeito ativo de transformação na ação profissional e principalmente no crescimento pessoal. A alegoria que o livro traz faz uma feroz crítica aos totalitarismos e as desigualdades reinantes tanto no sistema capitalista quanto no socialismo dos soviéticos, em sua época mais dura de grande fechamento e controle da sociedade pelos órgãos governamentais, durante o governo de Stalin. Critica também, o Estado que admite a incoerência de discursos contraditórios.
O livro trouxe uma excelente reflexão sobre a sociologia contemporânea e como podemos realmente transformar as questões sociais. Será a revolução armada defendida por Marx o melhor caminho nesse tempo pós moderno, ou devemos buscar novas alternativas e novos olhares sobre o aparato social? Qual será o melhor caminho a percorrer e que garanta real transformação? O que pude perceber é que as transformações serão reais a partir de uma radical revolução cultural onde cada cidadão é agente político e intelectual no processo de transformações sociais é capaz de extinguir em conjunto as desigualdades e discursos contraditórios. Gramsci, sociólogo de nossa época bem coloca essas idéias defendendo a revolução das idéias e a maturidade intelectual.

Transformar as idéias é um processo radical, nem todos querem comprometer-se com isso, preferem o aconchego do comodismo, pois crescer e conseqüentemente, amadurecer requer uma nova postura diante da vida, diante dos problemas, da prática profissional e da vida pessoal, requer responsabilidade! Quando nossas ações não são fruto de reflexão, deixamo-nos levar pelo senso comum e as conseqüências e resultados do que fazemos nem sempre tem haver com nossa identidade e por tanto não precisamos “assinar em baixo” do que fazemos, do que falamos. Não quero propor que o sistema se impõe sobre nós ou que as instituições são entidades sobre humanas, mas que é fácil reproduzir ideologias. Criar ideologia e identidade já não é assim tão fácil, mas é gratificante, pelo crescimento que proporciona pela perspectiva diferenciada de mundo e realidade, pela defesa de ideais com responsabilidade e significado. Essas mudanças não são fáceis, pois adquirir novos esquemas passa pelo desequilíbrio. Piaget quem postulou essa teoria da gênese do conhecimento. Assim, aquilo que é novidade pra nós antes de ser assimilado nas nossas relações mentais deixa-nos em um misto de desarmonia e expectativa, essa instabilidade é que nos faz retornar aos velhos paradigmas, ao conforto dos esquemas acomodados em nossa estrutura interna.

Para sermos Pedagogos(as) hoje devemos estar comprometidos com o crescimento pessoal e com o crescimento das pessoas pois ser pedagogo(a) é uma escolha consciente e uma opção de vida e não há como o ser sem maturidade e um grandes transformações.

Um comentário:

educaipo disse...

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