terça-feira, 17 de junho de 2008

O que se diz na sala de aula...

Sintese das discussões em sala das disciplinas: Estudos Independentes II, Gestão Educacional, Lingua Portuguesa I, Midias Comunicações e Tecnologias, Educação Familia e Sociedade e Informatica Educativa

O termo pós-humano tem ganhado espaço nos meios intelectuais e acadêmicos nos últimos tempos, ele parece vir substituir, de certo modo, o já desgastado termo pós-moderno e passou a tornar-se uma constante nos cadernos de cultura, nas discussões filosóficas e sócio-culturais ditas de ponta. O que vira a ser o pós-humanismo? Qual será o papel da célula familiar neste terreno? Bom, se ate aqui em nosso pacato pós-modernismo já vivenciamos a era do desacreditar que tem gerado tanta ansiedade e angústia, uma era onde os papéis sociais se confundem e por vezes se mesclam, o que esperar do pós-humanismo?

Não foi fácil para a modernidade encarar as mulheres-mães indo as empresas e fábricas, galgando cargos cada vez mais altos numa luta por igualdade de salários e de voz com os homens-pais que por sua vez voltavam pra casa pra cuidar dos filhos e dos afazeres “do lar”, isso foi revolução e também confusão. A sociedade perdeu os contornos e até a educação sofreu, pois passou a ser papel de ninguém, nem do lar, nem da escola. O resultado foi uma geração egocêntrica e solitária. Esta geração ainda buscando seus contornos entrou para o pós-modernismo e não conseguiram desvencilhar-se por completo do modelo familiar, talvez porque se tornaram idealistas, aquele tipo de pessoa que introjetou o seio mal (por essas e outras eu amo estudar Melanie Klein), e foram se conurbando (ou conturbando) “do jeito que dava” e as miscigerações apareceram. Por isso, nossa pacata pós-modernidade é a era do desacreditar.

O desafio deste tempo é aprender a conviver. A convivência em grupo é uma arte. Aprender a relacionar-se com suas forças e fraquezas dosadas sempre com muita boa vontade e bom senso é mostrar-se criativo a cada novo dia, pois não há fórmulas, contudo há princípios e valores que nos direcionam nessa caminhada como as tintas que são dadas ao artista ou as notas que estão disponíveis ao músico: os dois podem criar belas artes ou criar nada. E é exatamente ai que esta a capacidade de construir saberes significativos, de amadurecer, e quanto mais amadurecemos, mais percebemos que somos humanos. Mas há ainda outro lado desse crescimento: a tecnologia, os avanços da humanidade!
E é exatamente ai que repousa o conceito do neologismo pós-humano. O termo foi inventado pelo intelectual norte americano de ascendência egípcia Ihab Hassan em um ensaio publicado em 1977 na Georgia Review intitulado Prometeus as Performer: Toward a Posthumanist Culture, o autor acreditava que esse neologismo poderia ser usado como mais uma "imagem do recorrente ódio do homem por si mesmo". Mas não foi bem isto o que aconteceu (leia mais em: http://posthuman.tipos.com.br/arquivo/2007/02/19/sera-o-pos-humano. Os intelectuais ligados a tecnologia adotaram o termo como uma espécie de renovação do conceito Nietzchiano de Super-Homem, ou seja, a superação absoluta de todos os valores humanos em um pretenso estágio superior de humanidade. Isso implica na adoção de uma nova ética, baseada na crença de que o corpo-humano é um hardware em processo de obsolescência, portanto devemos buscar um novo hardware para "habitarmos", com melhor desempenho e durabilidade. O homem máquina, ou o homem robô será um marco da pós-humanização. Este homem já existe hoje, diga-se de passagem, ele não é nenhum protótipo, apesar de ter todas as características de um. Acho que este fator será o mais determinante na aceitação da era pós-humanizada, pois não haverá estranhamento entre homens e máquinas devido a esta familiarização. O homem robotizado de hoje é aquele que perdeu o contato social e se isolou, num mundo cibernético. Ele é totalmente “online”.

Eu não consigo compreender como será isso: uma era de seres humanos desumanizados. Deus me livre deste tempo, ou me ensine a perceber criatividade (humana) nessa novidade. Ser humano é ser comunicante, é estar marcado pelo corte que nos separou, em tamanho, do restante dos seres e das coisas do mundo; corte esse que se configura na capacidade de representação simbólica desse mesmo mundo, por intermédio da linguagem, exercitada e legitimada no âmbito da comunicação. E eis um desafio com o qual, desde o início do século, os estudiosos (sejam eles psicólogos, sociólogos, antropólogos, pedagogos, psicanalistas, cientistas políticos, filósofos, engenheiros, semioticistas, lingüistas, semiólogos ou comunicólogos) vêm lidando: a compreensão da intersubjetividade, do diálogo possível, da construção da identidade e dos laços sociais.

Enfim, por sermos humanos somos fadados a laços sociais, essa é minha opinião. E é exatamente ai que esta a ação do pedagogo, em humanizar contribuído pra o crescimento das pessoas seja nas transições ou transformações, sempre refletindo. Essa transcendência nos eleva de simples brutos a seres humanos.

Um comentário:

Júlia Rezende disse...

Oi Fran!!!
Gracinha de você, menina humanizada!
O seu blog está a sua cara!
Cara de mulher...mulher madura, mulher que busca, mulher que sente, mulher que pensa, mulher que preocura, "mulher que ama de mais" (kkkkkkkkkkk), mulher que sabe o que quer, mulher amiga, mulher que brinca, mulher inteligente...enfim vc é uma das poucas mulheres que conheço. Desejo infinito sucesso pra você.
Beijoquinhas

Ah! Mulher de desejos tb huahaua
(eita Freud)

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